Moradores queriam que a Refer abrisse uma porta no muro que ladeia a estação, mas opção foi outra (Foto: Pedro Martinho) |
in Jornal Público, 17.10.2012
Por Marisa Soares
"O acesso pedonal do lado Norte à estação de Santa Apolónia, em Lisboa,
vai ser mais fácil a partir de sábado. Depois de vários protestos dos
moradores da zona, a Refer vai abrir uma das portas laterais da estação
que dão para a Rua dos Caminhos de Ferro. Esta passa a ter sentido único
e passeios mais largos.
A porta a ser aberta, a cerca de 300 metros da entrada principal, vai dar acesso a uma passagem subterrânea que liga ao átrio onde termina a linha dos comboios Alfa Pendular. “É um túnel com iluminação e câmaras de videovigilância”, afirma Basílio Vieira, morador que deu a cara pelo protesto e lançou, em 2010, o movimento Entrada Norte e uma petição pública.
O túnel permite ir até à estação do metro e ao supermercado ali existentes sem ter que contornar o edifício por fora, como acontece actualmente. No entanto, para quem tem mobilidade reduzida a solução não é perfeita. Para aceder à passagem subterrânea é preciso descer escadas, não havendo elevador nem rampa alternativa. “Mesmo assim, pode-se entrar na estação e dar a volta pela plataforma, de forma mais segura do que hoje”, ressalva Basílio Vieira.
Há anos que os moradores se queixam da falta de segurança – nalguns locais, os passeios têm 15 centímetros de largura – e do risco de atropelamentos naquela zona, pela ausência de passadeiras. Com a transformação da Rua dos Caminhos de Ferro numa via de sentido único, na direcção sul-norte (ou seja, de Santa Apolónia para o Parque das Nações), o espaço para os peões será alargado e vai ser colocada uma passadeira em frente à porta da estação.
Os automobilistas que queiram ir no sentido inverso têm como alternativa a Avenida Infante Dom Henrique e o viaduto sobre a linha ferroviária, para inversão de marcha.
As carreiras da Carris também vão ser alteradas. Segundo a transportadora, os percursos dos autocarros 735, 794, 759 (nocturno), 206 e 210 vão ser desviados para a Avenida Infante Dom Henrique a partir da Avenida Mouzinho de Albuquerque, a partir das 22h de sexta-feira.
Solução era "a única possível"
Apesar
de estar “satisfeito” com a solução encontrada pela Câmara de Lisboa e
pela Refer, Basílio Vieira sustenta que esta não é a ideal. A proposta
dos moradores era a abertura de uma porta no muro lateral da estação, na
ligação da Rua da Bica do Sapato com a Rua dos Caminhos de Ferro. A
entrada daria acesso ao cais 1 pela Rua da Bica do Sapato, onde os
passeios são mais largos, evitando alterações ao trânsito.
Foi em defesa dessa opção que o movimento Entrada Norte organizou, em Maio, a Marcha dos Atropelados, que juntou dezenas de pessoas em protesto. “Aquele muro não tem razão de existir”, defende Basílio Vieira.
“A solução adoptada é a única tecnicamente possível”, contrapõe o vereador da Mobilidade, Fernando Nunes da Silva. Rasgar o muro só será possível, admite, quando a Refer fizer obras na estação para reformular a linha dos comboios Alfa e Intercidades, o que não deverá acontecer nos próximos tempos devido à crise.
A intervenção, que começou no início do mês e termina sexta-feira, custa à câmara cerca de 15 mil euros. Mas é provisória. O movimento Entrada Norte candidatou um projecto ao Orçamento Participativo (OP) da Câmara de Lisboa, que prevê a realização de obras definitivas na zona para melhorar a acessibilidade pedonal e a circulação de tráfego, no valor de 500 mil euros.
Se o projecto passar, os pilaretes agora colocados desaparecem e dão lugar a passeios mais largos, serão criados mais lugares de estacionamento para residentes, e serão feitas obras na rede de drenagem pluvial. Os projectos do OP estão a votação até 31 de Outubro".
Foi em defesa dessa opção que o movimento Entrada Norte organizou, em Maio, a Marcha dos Atropelados, que juntou dezenas de pessoas em protesto. “Aquele muro não tem razão de existir”, defende Basílio Vieira.
“A solução adoptada é a única tecnicamente possível”, contrapõe o vereador da Mobilidade, Fernando Nunes da Silva. Rasgar o muro só será possível, admite, quando a Refer fizer obras na estação para reformular a linha dos comboios Alfa e Intercidades, o que não deverá acontecer nos próximos tempos devido à crise.
A intervenção, que começou no início do mês e termina sexta-feira, custa à câmara cerca de 15 mil euros. Mas é provisória. O movimento Entrada Norte candidatou um projecto ao Orçamento Participativo (OP) da Câmara de Lisboa, que prevê a realização de obras definitivas na zona para melhorar a acessibilidade pedonal e a circulação de tráfego, no valor de 500 mil euros.
Se o projecto passar, os pilaretes agora colocados desaparecem e dão lugar a passeios mais largos, serão criados mais lugares de estacionamento para residentes, e serão feitas obras na rede de drenagem pluvial. Os projectos do OP estão a votação até 31 de Outubro".
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