Uso de bicicleta em Gaia terá desconto na factura da água

Eliza Southwood
in Jornal Público, 09.11.2012 - 19:23

"O presidente da câmara de Gaia anunciou esta sexta-feira que os utilizadores de bicicleta como meio de deslocação para o trabalho poderão reduzir a sua factura da água e reaver o investimento num prazo de 18 meses.  

“Será um projecto de mobilizar as pessoas para a utilização da bicicleta ou, atendendo à dificuldade de cidades como Porto e Gaia, de veículos que tenham o mesmo tipo de carga não poluente”, explicou Luís Filipe Menezes no final da cerimónia comemorativa do visitante número 2,5 milhões ao Parque Biológico de Gaia.
O objectivo é o de “induzir um novo comportamento ambiental” e “introduzir uma taxa negativa benévola pró ambiental”, salientou o autarca.
O processo é simples e passa pela criação de um parque de estacionamento com um "kit" de registo electrónico onde, a cada dia de utilização, o cidadão deverá passar a sua bicicleta, para contabilização, após o que recebe um cheque ambiental que “pode deduzir em vários tipos de facturas e impostos municipais”. “Deduzi-los principalmente no imposto da água, do saneamento e resíduos sólidos urbanos”, acrescentou o presidente da câmara, segundo o qual, e com base no preço de “um veículo médio do mercado”, a pessoa recupera “num ano e meio aquilo que investiu na aquisição” da bicicleta, se a utilizar durante esse tempo como meio de transporte. A partir daí, “significa que uma pessoa pode não pagar água, se usar esse meio”, frisou.
Para “dar o exemplo” o autarca irá “fazer uma campanha interna forte para que seja a administração a dar o exemplo” e os trabalhadores da autarquia e empresas municipais os primeiros a usar as duas rodas. Menezes, que quer ver implementado o modelo ainda durante o seu mandato que termina no próximo ano, admite, porém, que este projecto não será aplicado em todo o território do concelho, uma vez que “não é realista” se olhadas as distâncias do centro às freguesias limítrofes.
“Mas é realista para núcleos centrais da cidade, para os centros históricos, para os núcleos mais urbanos centrais da cidade”, assinalou, garantindo que este modelo será “trasladado para qualquer lugar onde possa vir a ter responsabilidades de gestão”".

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