Debate - AS CONDIÇÕES DOS PEÕES EM LISBOA


"É já esta 4ª-feira, dia 30 de Setembro, às 18h no Cinema S. Jorge, que se vai discutir com os principais candidatos à Câmara Municipal as condições dos peões em Lisboa.

QUEM DEVE APARECER?
Toda a gente, salvo talvez os acamados. :-) Quem anda a pé, basicamente, quem sai à rua.

Isso inclui quem também anda de carro, de bicicleta, ou de transportes públicos. Inclui os pais com filhos pequenos a transportar em carrinhos, inclui todas as pessoas com mobilidade condicionada (idosos, doentes, deficientes, etc), inclui os viajantes com as suas malas com rodinhas, e inclui os “compradores” com os seus trolleys, e inclui quem se preocupa com eles, os seus familiares, amigos e colegas.

Devem ainda aparecer os comerciantes e os operadores de transportes públicos, pois são dois grupos fortemente afectados pelas condições de acessibilidade pedonal que, a existirem e a serem boas, potenciam fortemente as suas actividades e o seu sucesso comercial e social.

Apareçam, convidem amigos, e ajudem a DIVULGAR!"

Fonte e imagem:
http://passeiolivre.blogspot.com/

Seminário - A METRÓPOLE, FÁBRICA SOCIAL

Seminário para debater a cidade
Teatro Maria Matos, sempre às 18h30
Entrada livre
Organização do Teatro Maria Matos e da UNIPOP

Programa
28 SET Para que Servem as “Cidades Criativas”?
Debate com Pedro Costa e João Pedro Nunes

29 SET Da Cidade dos Criadores à Metrópole dos Produtores
Debate com Tiago Baptista, Luís Vasconcelos e Renato Carmo

30 SET O Governo Metropolitano
Debate com Susana Durão, João Seixas e Tiago Saraiva

1 OUT As Lutas Metropolitanas
Debate com Chullage, João Branco e Eugénia Margarida


"A cidade constitui-se metrópole a partir do momento em que uma série de equipamentos e edifícios ligados em rede transformam cada via de acesso num fluxo produtivo. Uma teia de ligações, configurada por sistemas de transportes públicos, pontes e vias rápidas, redes sem fios e circuitos de video vigilância, é diariamente activada pela circulação dos habitantes da metrópole, os quais percorrem os escritórios, as fábricas, as salas de espectáculo, as lojas, as escolas, os hospitais, os jardins e os centros comerciais em que se produz e reproduz a vida social. A metrópole assemelha-se então a uma fábrica social, lugar de mobilização cooperativa da força de trabalho, onde se encontram as matérias-primas, circulam as mercadorias e onde se pratica o consumo, alimentando os circuitos de uma economia global.

Esta natureza produtora da metrópole encontra eco em alguns debates. Quando governantes e urbanistas invocam a imagem da “cidade criativa”, em parte reconhecem a natureza produtora da vida espiritual metropolitana. E quando nos falam acerca da necessidade de criação de uma imagem de “marca” para uma cidade, de algum modo repetem o gesto empresarial de criação do logótipo, símbolo que se inscreve no produto e cuja compra permite consumir um certo estilo de vida. Entretanto, a metrópole enquanto fábrica social extravasa largamente o que pode ser contido por aquelas formulações. Veja-se o caso da “cidade criativa”, fórmula que tende a reduzir a produção metropolitana a uma dimensão elitista, reduzindo a metrópole dos produtores – que liga margem sul e margem norte, que engloba centros e periferias, que articula indústria, serviços e comércio – a uma pequena e mui nobre cidade de criadores, de acesso restrito a alguns grupos profissionais de índole artística, uma cidade preferencialmente localizada em novos bairros de charme que emergem no interior dos velhos bairros populares dos centros históricos.

A contra-corrente desta concepção emergente que transforma a fábrica metropolitana em cidade criativa, a primeira sessão deste seminário de quatro dias começará por debater o conceito de “cidade criativa”. Contando, para este efeito, com a participação de investigadores das ciências sociais que se têm dedicado aos estudos urbanos, perguntamos para que servem as “cidades criativas”?

No segundo dia, com a ajuda de quem trabalha a metrópole em planos tão diversos como as políticas de transporte e as representações cinematográficas, transitamos da cidade dos criadores à metrópole dos produtores.

Esta passagem permitirá que no terceiro dia analisemos o governo metropolitano, debruçando-nos nomeadamente sobre a sua implicação no trabalho de arquitectos e urbanistas chamados a debate. O seu traço livre constitui muitas vezes a face mais visível de práticas e discursos de «renovação urbana» apontados à requalificação de zonas degradadas e à valorização do espaço público, mas a arte e engenho de arquitectos e urbanistas também participa, de forma menos evidente, de estratégias dirigidas à administração de pessoas e bens.

Finalmente, no quarto dia, focaremos os conflitos que ocorrem na metrópole e que são habitualmente tratados de forma despolitizada e avulsa (as chamadas “questões locais”) ou enquanto questões do foro criminal (a invenção dos “bairros perigosos”). Neste debate em torno das lutas metropolitanas, à procura de velhas e novas ligações entre antagonismos diversos, contaremos com a participação de activistas envolvidos nas lutas pelos transportes públicos, membros de comissões de moradores, dinamizadores de associações culturais, etc.


Breve apresentação dos participantes:
João Pedro Nunes é Investigador no Centro de Investigação e Estudos em Sociologia (ISCTE) e lecciona sociologia urbana no departamento de Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais, onde se formou e completou o doutoramento. Tem investigado o desenvolvimento urbano da periferia de Lisboa nas últimas décadas.

Pedro Costa é economista, formado no ISEG, e professor no Departamento de Economia do ISCTE. Tem trabalhado sobre questões do planeamento urbano e do desenvolvimento regional e local.

Luís Vasconcelos, antropólogo, tem levado a cabo investigação no campo das festas de música electrónica, com base no projecto de doutoramento intitulado Percepção e Modernidade. Alucinogénios no Portugal Contemporâneo. É investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS).

Tiago Baptista, historiador, tem diversos trabalhos sobre a história do cinema em Portugal. Trabalha como conservador do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM) da Cinemateca Nacional - Museu do Cinema.

Renato Carmo é Investigador no Centro de Investigação e Estudos em Sociologia (ISCTE). Doutorou-se pelo ICS em Ciências Sociais com uma tese sobre os processos de urbanização dos meios rurais. Tem dedicado os seus estudos a temas como a desigualdade social e a marginalização territorial.

Tiago Saraiva é Investigador Auxiliar do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa. Doutorou-se pela Universidade Autónoma de Madrid em 2004 com uma tese em história das ciências sobre o papel dos laboratórios na construção da cidade moderna. Publicou recentemente, em co-autoria, Cidade & Cidadania (Lisboa, Imprensa de Ciências Sociais, 2008).

João Seixas é Investigador Auxiliar do ICS. Doutorado em Geografia Urbana pela Universidade Autónoma de Barcelona e em Sociologia do Território e do Ambiente pelo ISCTE, tem desenvolvido as suas investigações em torno das dinâmicas contemporâneas de governação urbana, bem como das lógicas e perspectivas do desenvolvimento sócio-cultural das cidades.

Susana Durão é Investigadora Auxiliar do ICS. Doutorada em Antropologia pelo ISCTE (2006), tem desenvolvido pesquisa na área do policiamento, patrulha e proximidade em Portugal, tendo particular atenção ao trabalho desenvolvido pela Polícia de Segurança Pública.

Eugénia Margarida é membro da comissão de moradores do Bairro das Amendoeiras, em Chelas. Associação que em 2005 e 2006, desenvolveu uma interessante mobilização contra o aumento de rendas imposto pela Fundação D. Pedro IV e pela defesa do direito à habitação condigna.

João Branco é membro do grupo Massa Crítica. Com origem em São Francisco (EUA) e realizado actualmente em mais de 350 cidades de todo o mundo, a Massa Crítica propõe um passeio no meio da cidade feito em transportes não poluentes, encorajando assim outras formas de mobilidade urbana.

Chullage é músico de intervenção e membro da Khapaz, associação sediada na Arrentela e pólo dinamizador da cultura local e da participação cívica. Tanto a sua música, como a sua intervenção política reflectem os problemas sociais existentes nas periferias das grandes metrópoles: a pobreza, o desemprego e precariedade laboral, a criminalidade e a violência policial."

Transportes
Metro: Roma
Comboio: Areeiro
Autocarros: 7/35/40/56/708/722/727/767

Fonte:
http://u-ni-pop.blogspot.com/2009/07/metropole-fabrica-social.html

25 de Setembro, 2009: SEXTO ANIVERSÁRIO DA MASSA CRÍTICA25 de Setembro, 2009: SEXTO ANIVERSÁRIO DA MASSA CRÍTICA



























18:00 Encontro, no Marquês de Pombal
18:30 Partida da Bicicletada
21:00 Festa Crítica, no Centro Cultural Magalhães Lima

Centro Cultural Magalhães Lima (mapa)
Rua do Salvador, 2A (Alfama)

DJs: Ian Downie; aeriolabehaviour(test tube); Selecta Alice
Comes e bebes
Entrada grátis


"A Massa Crítica é um passeio mensal pelas ruas da cidade, um ponto e evento de encontro entre ciclistas urbanos. É ao mesmo tempo uma celebração das modos suaves de locomoção e uma forma resgate do espaço público dominado pelos veículos motorizados. Feita de forma tranquila e em pelotão, a bicicletada permite aos iniciados ganhar confiança na utilização de bicicleta na cidade, ao mesmo tempo que convivem e trocam ideias.

Os participantes reunem-se na última Sexta Feira de cada mês, no Parque Eduardo XVII, junto ao marquês de Pombal, pelas 18:00. O percurso decide-se em conjunto e a partida dá-se por volta das 18:30.

O movimento, que funciona sem corpo dirigente, teve origem em São Francisco, e realiza-se hoje em dia em 350 cidades de todo o mundo. Em Portugal, além de Lisboa há bicicletadas deste formato no Porto, Coimbra, Aveiro.

Em Setembro, mês da mobilidade, a Massa Crítica de Lisboa celebrará o seu 6º Aniversário dia 25 de Setembro, e esperam-se muitas dezenas de participantes, com diferentes motivações mas unidos na vontade de celebrar a mobilidade suave.

A partida será, como habitual, do Marquês de Pombal pelas 18:30 e, no final, no Centro Cultural Magalhães Lima, junto ao miradouro das Portas do Sol em Alfama, terá lugar a Festa Crítica.

Pelas 21:00 começará a animação, com música, comida, bebida, exposições e bicicletas. A entrada é grátis e todos estão convidados."

www.massacriticapt.net

Transportes
Metro: Martim Moniz, Rossio, Terreiro do Paço, Santa Apolónia
Autocarros: 28, 34, 35, 40, 37, 60, 708, 745, 759, 790, 794
Eléctrico: 12, 28

Fonte:
http://www.massacriticapt.net/?q=evento/bicicletadas-massas-cr-ticas-aveiro-coimbra-lisboa-e-porto-25-de-setembro-de-2009

Percursos pedonais com elevadores vão unir o Castelo à Mouraria, Sé, Alfama e Graça

in Jornal Público, 22.09.2009 - por Inês Boaventura
"A Câmara de Lisboa quer criar quatro percursos pedonais servidos por meios mecânicos para melhorar a acessibilidade à colina do Castelo. O projecto, orçado em 12,5 milhões de euros, inclui a criação de mais de mil lugares de estacionamento.

Daqui a quatro anos, segundo as previsões do vereador do Urbanismo e Planeamento Estratégico da autarquia, será mais fácil visitar o Castelo de São Jorge e os restantes monumentos da colina. Nessa altura, a maioria dos desníveis existentes será vencida com o recurso a elevadores e escadas rolantes (que, sempre que possível, ficarão dissimulados no interior de edifícios municipais para diminuir o seu impacte visual) e na base dos novos caminhos haverá acesso facilitado a estações do Metropolitano de Lisboa e parques de estacionamento.

Mas a criação dos quatro percursos pedonais destina-se não só aos turistas, mas também à população residente na zona que, como frisou ontem o vereador Manuel Salgado, é bastante envelhecida e tem dificuldades de locomoção. A medida pretende quebrar o isolamento dos moradores e dinamizar actividades económicas locais.

Um dos percursos partirá do Campo das Cebolas até à Sé e daí para o Castelo. Este cruzar-se-á no Chão da Feira (uma das portas do monumento) com um outro, que vai ligar Alfama às Portas do Sol.

O terceiro trajecto unirá o Castelo à Graça, unindo-se na porta do Moniz (entrada do Castelo que, segundo a Câmara de Lisboa, não é usada actualmente) com o último trajecto, que vai fazer a ligação ao Martim Moniz.

Quando forem concretizados, estes percursos pedonais vão juntar-se a um outro já conhecido, cujas obras deverão iniciar-se "nos primeiros dias de Outubro", como adiantou o vereador Manuel Salgado. Trata-se do "percurso assistido" que parte da Rua dos Fanqueiros - onde, segundo o vereador, está "em fase adiantada" a compra pela autarquia de um edifício necessário para o efeito -, sobe ao Largo do Caldas e chega ao Castelo através do Mercado do Chão do Loureiro.

As quatro ligações anunciadas articulam-se com cinco novos parques de estacionamento, com um total de 1100 lugares: Chão do Loureiro, Terminal de Cruzeiros de Alfama, Campo das Cebolas, Coleginho da Rua Costa do Castelo e Rua dos Lagares.

Segundo Manuel Salgado, o investimento será concretizado em duas fases. A primeira, de 5,5 milhões de euros e que a autarquia vai candidatar a fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional, destina-se a espaço público e meios mecânicos. A segunda fase, de sete milhões de euros, inclui entre outras obras os parques de estacionamento, e o vereador explica que a intenção é que venha a ser paga com fundos do Instituto de Turismo de Portugal e com contrapartidas de algumas intervenções urbanísticas previstas para a zona."

Fonte:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1401752&idCanal=59

Qualidade do ar no Porto melhorou mas em Lisboa mantêm-se os problemas

in Jornal Público, 19.09.2009

"A qualidade do ar melhorou no Porto nos últimos dois anos, face a 2006 e 2007, mas em Lisboa manteve-se com elevadas concentrações de poluentes, revela uma análise dos ambientalistas da Quercus, ontem divulgada.
Os níveis do poluente "partículas inaláveis", registados nas estações que medem a qualidade do ar, levam a associação ambientalista a concluir que "o panorama dramático que se viveu em 2006 e 2007 no Norte do país melhorou substancialmente em 2008 e 2009". Mas na região de Lisboa e Vale do Tejo, realça a Quercus, "mantiveram-se" os problemas de qualidade do ar registados naqueles anos, apenas com algumas melhorias nas estações de Entrecampos, em Lisboa, de Cascais e nas estações de Setúbal.
"A nova estação de monitorização da qualidade do ar que este ano entrou em funcionamento em Santa Cruz de Benfica está a registar níveis de poluição semelhantes aos da Avenida da Liberdade, em Lisboa, de Espinho e de Vila do Conde, as três piores do país em termos de registos do poluente 'partículas inaláveis'", dizem os ambientalistas.
A Quercus lembra que as partículas inaláveis (PM10) são consideradas um dos poluentes que actualmente têm efeitos mais graves na saúde pública pelas concentrações registadas, dado que causam ou agravam problemas respiratórios agudos e crónicos, transportando outros poluentes, alguns deles carcinogénicos, diminuindo a esperança de vida das populações.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo, os dados revelam que no ano passado as quatro estações que medem a qualidade do ar ultrapassaram o limite máximo de excedências diárias de partículas inaláveis: Avenida da Liberdade, Lisboa, com 80 dias em excesso; Seixal, Paio Pires, com 63 dias em excesso; Barreiro, Escavadeira, com 46 dias em excesso; e Barreiro, Alto Seixalinho, com 42 dias em excesso.
Embora ainda a mais de três meses do fim do ano, estes mesmos locais voltaram a ultrapassar, em 2009, o número máximo de dias com ultrapassagem (limite de 35 dias por ano), com a nova estação de monitorização de Santa Cruz de Benfica a registar, até à data, 56 dias em excesso. "As causas são, em todos os casos, o tráfego rodoviário, sendo que a indústria também deverá ser responsável por um contributo para estas excedências nos casos do Seixal e Barreiro", refere a Quercus. Lusa"

Fonte:
http://jornal.publico.clix.pt/noticia/19-09-2009/qualidade-do-ar-no-porto-melhorou--mas-em-lisboa-mantemse-os-problemas-17845250.htm

19 a 22 de Setembro, 2009: Exposição - NOVA MOBILIDADE EM LISBOA

das 10 às 19h
Praça do Rossio

"No âmbito da Semana Europeia da Mobilidade e sob o mote “Melhoremos o Clima das Cidades”, a Lisboa E-Nova, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, promove uma Exposição para divulgação de novas soluções de mobilidade urbana com vista a uma maior eficiência energética.

A difusão de alternativas válidas e inovadoras na área da mobilidade assume cada vez maior importância perante a necessidade de diminuição dos impactes no ambiente. A optimização das necessidades de deslocações e a adopção de modos suaves, com vista a uma maior eficiência-energética e à melhoria da qualidade do ar da cidade, integram-se nas grandes orientações estratégicas comunitárias e nacionais neste âmbito, numa lógica de sustentabilidade.

A exposição contará com operadores de transporte público, parceiros na área da mobilidade eléctrica, o projecto Mobi-E, projectos para soluções de bicicletas de uso partilhado, programas de Carpooling e Carsharing, entre outros. Estão confirmadas as presenças da Câmara Municipal de Lisboa, a Agência Portuguesa do Ambiente, a Carris, a CarrisTur, o Metropolitano de Lisboa, a Transtejo, a Climbpower, a EFACEC, a Nova Base, a Critical Software, a INTELI e SEIIA, a Soltráfego, a Transdev e a EDP Inovação.

A sessão de abertura da Exposição, que terá lugar no Rossio em Lisboa, na placa central da Praça D. Pedro IV, decorrerá no sábado dia 19 de Setembro às 11h00 e contará com a presença do Vereador do Pelouro do Ambiente e Espaços Verdes da Câmara Municipal de Lisboa e do Presidente do Conselho de Administração da Lisboa E-Nova."

Transportes:
Metro: Restauradores, Rossio
Autocarros: 1/36/40/44/60/91/709/711/714/732/745/759/790
Eléctrico: 12/15

Fonte:
http://lisboaenova.org/index.php?option=com_content&task=view&id=1073&Itemid=440

Melhoria da qualidade do ar nas Regiões de Lisboa e do Norte com programa publicado

"As medidas e os programas de execução, uns inclusivamente já em curso, vinculam municípios e operadores de transportes


Foram ontem publicados em Diário da República os programas de execução dos planos de melhoria da qualidade do ar das Regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte, aprovados pelo Governo em 2008, alguns deles já em execução.
Este plano constitui uma obrigação nacional perante a Comissão Europeia, a que Portugal deve responder, desde 1999, e a desenvolver planos e programas com vista à melhoria da qualidade do ar quando se verifica a excedência dos valores- limite de poluentes. Assim, verificadas as excedências na Região Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, foram feitos os estudos da situação e de medidas possíveis e foram elaborados os planos de melhoria da qualidade do ar e os programas de execução ontem publicados em Diário da República.
As principais medidas previstas nestes programas abrangem a revisão de valores-limite de emissão de poluentes para fontes fixas, como indústrias; incentivos à colocação de filtros de partículas em pesados de mercadorias; desenvolvimento de vias para transportes colectivos ("bus"), carros com dois ou mais ocupantes, ou carros eléctricos (vulgo vias de alta ocupação) e vias de emissão reduzida em artérias de acesso a Lisboa e ao Porto; expansão das redes cicláveis, das zonas pedonais e espaços verdes, assim como a renovação das frotas municipais; incentivo ao uso do transporte público colectivo; limitações de circulação automóvel como "zonas 30"; minimização de emissões de partículas em obras de construção civil; utilização de equipamentos de combustão doméstica mais eficientes.
Estes planos e programa visam a melhoria da qualidade do ar em zonas densamente habitadas, abrangendo as aglomerações da Área Metropolitana de Lisboa Norte, Área Metropolitana de Lisboa Sul e Setúbal, na Região de Lisboa e Vale do Tejo e na Região Norte, as aglomerações do Porto Litoral, Vale do Ave e Vale do Sousa.
O programa foi elaborado para a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional-Lisboa e Vale do Tejo pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. O documento integra um conjunto de medidas de âmbito municipal e supramunicipal, e para garantir a execução destas medidas, a comissão de coordenação de desenvolvimento regional celebrou já protocolos de colaboração com 14 municípios da Área Metropolitana de Lisboa, especificando as acções concretas a executar em cada concelho."

Fonte:
http://jornal.publico.clix.pt/noticia/17-09-2009/melhoria-da-qualidade-do-ar-nas-regioes--de-lisboa-e-do-norte-com-programa-publicado-17824414.htm

Quatro finalistas em concurso de mobilidade urbana

"As autarquias de Almada, Lisboa, Torres Vedras e Vila Real são as quatro finalistas do concurso Ideias para o Ar, Por um Projecto para Ficar, a premiar com 50 mil euros destinados a uma intervenção de mobilidade urbana sustentável. A autarquia vencedora será escolhida, até 17 de Setembro, numa votação on-line, no site da entidade promotora (www.galpenergia.com).
A acção, no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, desafiou as autarquias a apresentar projectos que assegurem uma mobilidade urbana mais sustentável.
Dos quatro finalistas, entre 19 candidaturas, Almada concorre com o Bicla Tejo, projecto que visa articular a ligação fluvial Belém-Trafaria e a ciclovia para a Caparica. O novo trajecto carece de medidas que potenciem mais utilizadores, como estacionamento de bicicletas no cais de Cacilhas. Em Lisboa prevê-se o desenvolvimento do conceito de Zona 30, numa primeira fase no Bairro Azul, compatibilizando a primazia de utilização pedonal com a reduzida velocidade viária. Torres Vedras propõe a construção de uma rede de ciclovias, articulando corredores cicláveis existentes com novos. Em Vila Real aponta-se para um corredor ambiental entre as zonas alta e baixa da cidade, vencendo o desnível de 60 metros com a substituição de escadas por rampas."

Ideias para o Ar (para conhecer os projectos e votar pulse aqui)

Fonte:
http://jornal.publico.clix.pt/noticia/15-09-2009/quatro-finalistas-em-concurso-de-mobilidade-urbana-17805216.htm

David Byrne desenha estacionamentos para bicicletas em Manhattan



Fonte:
http://online.wsj.com/article/SB10001424052970203440104574403293064136098.html#video%3DCC7135BE-7B21-4EAE-8761-A7E1B0571FA1%26articleTabs%3Dvideo

A Talking Head Dreams of a Perfect City, por David Byrne


The author in Budapest.

"A Talking Head Dreams of a Perfect City
Osaka's robot-run parking lots mixed with the Minneapolis lakefront; a musician's fantasy metropolis
By DAVID BYRNE

There’s an old joke that you know you're in heaven if the cooks are Italian and the engineering is German. If it's the other way around you're in hell. In an attempt to conjure up a perfect city, I imagine a place that is a mash-up of the best qualities of a host of cities. The permutations are endless. Maybe I'd take the nightlife of New York in a setting like Sydney's with bars like those in Barcelona and cuisine from Singapore served in outdoor restaurants like those in Mexico City. Or I could layer the sense of humor in Spain over the civic accommodation and elegance of Kyoto. Of course, it's not really possible to cherry pick like this—mainly because a city's qualities cannot thrive out of context. A place's cuisine and architecture and language are all somehow interwoven. But one can dream.

As someone who has used a bicycle to get around New York for about 30 years I've watched the city—mainly Manhattan, where I live—change for better and for worse. During this time I started to take a full-size folding bike with me when I traveled so I got to experience other cities as a cyclist as well. Seeing cities from on top of a bike is both pleasurable and instructive. On a bike one sees a lot more than from a freeway, and often it's just as fast as car traffic in many towns.

A "livable city" means vastly different things for many people. In Hong Kong it might mean that your family is in a comfortable apartment while you play in the exciting mercantile world in a glass tower overlooking the harbor. In Dallas livability might mean that you live near an expressway that isn't jammed up, at least not all the time, and your car runs most days. For some it might mean super fast Wi-Fi, the possibility of lucky and lucrative business opportunities and plenty of strip clubs. If that's what rocks your boat then try Houston, though to me that city, oil money made physically manifest, is my worst nightmare.

Here are some things that make a city livable for me:
Size
A city can't be too small. Size guarantees anonymity—if you make an embarrassing mistake in a large city, and it's not on the cover of the Post, you can probably try again. The generous attitude towards failure that big cities afford is invaluable—it's how things get created. In a small town everyone knows about your failures, so you are more careful about what you might attempt. Every time I visit San Francisco I ask out loud "Why don't I live here? Why do I choose to live in a place that is harder, tougher and, well, not as beautiful?" The locals often reply, "You don't want to live here. It looks like a city, but it's really a small village. Everyone knows what you're doing" Oh, OK. If you say so. It's still beautiful.

Density
If a city doesn't have sufficient density, as in L.A., then strange things happen. It's human nature for us to look at one another— we're social animals after all. But when the urban situation causes the distance between us to increase and our interactions to be less frequent we have to use novel means to attract attention: big hair, skimpy clothes and plastic surgery. We become walking billboards.

Sensibility and attitude
New Yorkers are viewed as being tough as nails, no-nonsense but with hearts of gold—or maybe just gold-plated. This might not be the sensibility I would choose if I had a choice. The people of Glasgow, where most of my relatives live, are working class, blunt and free of pretenses. (They see their sister city Edinburgh as putting on airs). Their sense of humor can be scathing, though I find it hilarious. There's a wicked sense of humor associated with Berlin as well—Ernst Lubitsch, Billy Wilder and Helmut Newton all shared this dark and sometimes transgressive sensibility. New Orleans is a city where people make eye contact. There's a more open sensuality there as well. I'd take that in my perfect city, minus some of the other aspects of that town, such as its tragic poverty, corruption, and crime.

Security
Travelers return from Japan with tales of someone having left their phone or bag on the subway or even on the street and then returning to find the phone or bag exactly where they left it, sometimes the next day. I'd like to live in a city where the citizens trust one another that much- though I suspect that's the result of Japan being a more or less homogenized society, which has its drawbacks as well. But security can exist in the West. For example in parts of New York's West Village, as author Jane Jacobs pointed out, the streets are rarely abandoned and there are almost always some locals hanging out, so everyone sees a little bit of what's going on. The community has eyes and ears, and everyone behaves accordingly. In my perfect city I'd feel that sense of neighborliness—that people weren't in my business, but that I would be a familiar sight, as they would be to me.

Chaos and danger
To some, security means rigid order and strict rules. I do believe we do need some laws and rules to guide and reign us in a bit, and I don't just mean traffic lights and pooper scooper mandates. But there's a certain attractiveness to New Orleans, Mexico City or Naples—where you get the sense that though some order exists, it's an order of a fluid and flexible nature. Sometimes too flexible, but a little bit of that sense of excitement and possibility is something I'd wish for in a city. A little touch of chaos and danger makes a city sexy.

Human scale
Scale is important. In London people hang out in Soho, Covent Garden, Mayfair and other areas of mostly low buildings packed closely together. The City (their financial district), like the downtown in many American cities, is full of tall offices and it empties out at night. It isn't that bustling in the daytime either. Some sort of compromise might be more ideal—the tall towers mixed in with the modest-sized shops and restaurants.

Parking
To be honest, available parking doesn't matter to me. Parking lots and structures are dead real estate—they bring no life into a city and I'd be happy if there were a lot fewer of them in New York. It would be a pain in the neck for a lot of drivers, but unless they can be hidden underground, as they are often in Japan, lots and parking structures are simply dead zones, which hurt the businesses around them. In Japan parking structures are skinny, no wider than a large car, and a robotic system files the cars away. The Italian cities of Florence, Modena, Ferrara, where parking is pretty much relegated to the fringes of the town, are vibrant, though their appeal to pedestrians has turned some of them into tourist hubs.

Boulevards
If boulevards aren't too wide, like 9 de Julio in Buenos Aires, they can serve to break the monotonous pattern of streets and blocks, let sunlight in, and function as a landmark (so you know where you are). And if they are lined with trees and beautiful buildings of different types, they can even be pleasant. Park Avenue, Manhattan's widest boulevard, doesn't cut it. The green in the middle is lovely but inaccessible, and the endless sameness of giant apartment or office buildings with little else to break the rhythm inspires the eye and mind to glaze over. Berlin has some great boulevards. Karl Marx Allee, a massive boulevard in former East Germany, has outdoor cafes, wide sidewalks and weird Soviet era fountains and movie theaters. It threatens to go beyond a comfortable scale, but the business in the little shops along the street helps hold that in check.

Mixed use
This is a Jane Jacobs phrase. A perfect city is where different things are going on, relatively close to each other, at different times of the day. A city isn't a strip of hotels and restaurants on a glorious beach; it's a place where there are restaurants and hotels, but also little stores, fashion boutiques, schools, houses, offices, temples and banks. The healthy neighborhood doesn't empty out at 6 p.m., as most of downtown L.A. does. In my perfect city there would always be something going on nearby.

Public spaces
In my perfect city there are ample public spaces—parks (not just vacant land, but common areas that people pass through and use), plazas (not just slabs in front of corporate towers) and, if possible, public access to the waterfront (if there is one). We don't necessarily need massive acreage in our parks. Bigger is not always better, but we do need periodic breaks from buildings. Industry abandoned the waterfronts over previous decades, and as the docks and the industry that went with them moved elsewhere our cities have begun to reclaim these areas—river walks (look how many people use Manhattan's Hudson River paths!), lakefronts (the beautiful Minneapolis lakefront paths eventually lead all the way to the Mississippi!), beaches and seashores. In some seaside towns there is no public access to the sea, which to me seems a self-injuring situation. In my perfect city there would be public access to all these areas.

The perfect city isn't static. It's evolving and ever changing, and its laws and structure allow that to happen. Neighborhoods change, clubs close and others open, yuppies move in and move out—as long as there is a mix of some sort, then business districts and neighborhoods stay healthy even if they're not what they once were. My perfect city isn't fixed, it doesn't actually exist, and I like it that way.


—David Byrne is a musician and founding member of the band Talking Heads. His book "Bicycle Diaries" will be published by Viking next week."

Fonte e imagem:
http://online.wsj.com/article/SB10001424052970203440104574403293064136098.html#video=CC7135BE-7B21-4EAE-8761-A7E1B0571FA1&articleTabs=article

Circular no Bairro Azul só abaixo dos 30km/hora

in Jornal Público
"Andar a mais de 30 km por hora no Bairro Azul, em Lisboa, vai passar a ser proibido a partir do fim deste mês. A intervenção faz parte da primeira de quatro fases em que a câmara municipal pretende tornar esta numa "zona que privilegia o peão" através de uma requalificação com termo apontado para 2012.
Segundo o sítio de Internet da autarquia, a primeira intervenção será marcada pela sinalização sobre a velocidade máxima a partir de agora permitida, pela introdução de lombas no pavimento e de uma área de chicane, uma criação artificial que origina curvas para diminuir a velocidade dos automóveis.
Os trabalhos programados para as obras iniciais englobam ainda a formação de uma cortina de árvores, a organização de mais zonas para os peões e o aumento de áreas de estacionamento para moradores."

Fonte:
http://jornal.publico.clix.pt/noticia/05-09-2009/circular-no-bairro-azul-so-abaixo-dos-30kmhora-17729145.htm

25 de Setembro, 2009: SEXTO ANIVERSÁRIO DA MASSA CRÍTICA



























18:00 Encontro, no Marquês de Pombal
18:30 Partida da Bicicletada
21:00 Festa Crítica, no Centro Cultural Magalhães Lima

Centro Cultural Magalhães Lima (mapa)
Rua do Salvador, 2A (Alfama)

DJs: Ian Downie; aeriolabehaviour(test tube); Selecta Alice
Comes e bebes
Entrada grátis


"A Massa Crítica é um passeio mensal pelas ruas da cidade, um ponto e evento de encontro entre ciclistas urbanos. É ao mesmo tempo uma celebração das modos suaves de locomoção e uma forma resgate do espaço público dominado pelos veículos motorizados. Feita de forma tranquila e em pelotão, a bicicletada permite aos iniciados ganhar confiança na utilização de bicicleta na cidade, ao mesmo tempo que convivem e trocam ideias.

Os participantes reunem-se na última Sexta Feira de cada mês, no Parque Eduardo XVII, junto ao marquês de Pombal, pelas 18:00. O percurso decide-se em conjunto e a partida dá-se por volta das 18:30.

O movimento, que funciona sem corpo dirigente, teve origem em São Francisco, e realiza-se hoje em dia em 350 cidades de todo o mundo. Em Portugal, além de Lisboa há bicicletadas deste formato no Porto, Coimbra, Aveiro.

Em Setembro, mês da mobilidade, a Massa Crítica de Lisboa celebrará o seu 6º Aniversário dia 25 de Setembro, e esperam-se muitas dezenas de participantes, com diferentes motivações mas unidos na vontade de celebrar a mobilidade suave.

A partida será, como habitual, do Marquês de Pombal pelas 18:30 e, no final, no Centro Cultural Magalhães Lima, junto ao miradouro das Portas do Sol em Alfama, terá lugar a Festa Crítica.

Pelas 21:00 começará a animação, com música, comida, bebida, exposições e bicicletas. A entrada é grátis e todos estão convidados."

www.massacriticapt.net

Transportes
Metro: Martim Moniz, Rossio, Terreiro do Paço, Santa Apolónia
Autocarros: 28, 34, 35, 40, 37, 60, 708, 745, 759, 790, 794
Eléctrico: 12, 28

Fonte:
http://www.massacriticapt.net/?q=evento/bicicletadas-massas-cr-ticas-aveiro-coimbra-lisboa-e-porto-25-de-setembro-de-2009
"Automóviles sobre las aceras evidencian irrespeto por la dignidad humana y muy especialmente por los más vulnerables de nuestra sociedad -ancianos, niños y discapacitados y en general los pobres, que caminan mucho más que los ciudadanos de ingresos altos. Por esto, automóviles sobre espacios que deben ser exclusivamente peatonales son indicio de una democracia que no funciona bien."
Enrique Peñalosa

ExperimentaDesign: Vamos ter um jardim com uma casa na árvore


Por Alexandra Prado Coelho
in Jornal Público

"A ExperimentaDesign 2009 aceitou um desafio da Câmara de Lisboa para revitalizar um jardim da cidade. Juntou uma equipa e repensou de cima a baixo o Jardim de Santos. Plantas tropicais, música feita a partir do ecossistema, uma casa na árvore para vermos o Tejo. Um jardim - transformado por designers - como Lisboa nunca teve. O P2 revela como vai ser

Imagine um jardim para si. Uma casa no topo de uma antiquíssima árvore cujos ramos ao longo do tempo se foram estendendo como cabelos de bruxa revoltos pelo vento. Pode subir até lá acima, sentar-se no topo da árvore e ver o Tejo. E depois descer e entrar na cafetaria, consultar informação sobre os espectáculos que pode ir ver nesse dia, beber um sumo, comer alguma coisa.
Imagine um jardim onde, num determinado ponto, e só aí, pode ouvir música programada por um artista a milhares de quilómetros de distância, noutro ponto do mundo. Gravados nas árvores, à volta, estarão sinais - como nomes de namorados inscritos um dia em segredo - que indicam onde fica o quê na zona. Imagine que no chão há jogos para crianças em que o velho berlinde se mistura com o imaginário dos jogos de computador, que o cheiro de plantas tropicais enche o ar, e que à noite uma luz quente transforma o jardim numa festa ao ar livre.
Por enquanto nada disto existe - ou melhor, existe apenas nos projectos, ideias e desenhos da equipa que a bienal ExperimentaDesign 2009 reuniu para o projecto de reabilitação do Jardim de Santos, em Lisboa, e que serão apresentados numa exposição no próprio jardim no dia 9 a partir das 19h30. O que se espera é que, terminada a intervenção (um desafio que partiu do vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes), o velhinho Jardim de Santos, ensonado durante o dia e rodeado de animação à noite por causa dos espaços que nos últimos anos foram abrindo na zona de Santos, se transforme num novo jardim - com casa na árvore, música, sinais nas árvores, jogos no chão e cheiro de plantas no ar.
Uma das grandes mudanças será a alteração no trânsito (já aprovada pela Câmara Municipal de Lisboa): os carros deixarão de passar pela rua em frente ao teatro A Barraca (mantém-se apenas a passagem dos eléctricos), passando a contornar o jardim, que será alargado até aos edifícios.
Este é, nas palavras de Guta Moura Guedes, a directora da ExperimentaDesign, um projecto de intervenção urbana "de chave na mão", ou seja, a proposta foi aprovada pela câmara mas toda a responsabilidade pela concepção e execução é da Experimenta. A equipa convidada é composta por João Gomes da Silva (arquitectura paisagista), Fernando Brízio (design de equipamento), Pedro Ferreira e Rita João/Pedrita (design de equipamento), Rui Gato (música e sound design), José Álvaro Correia (design de luz), e António Silveira Gomes/Bárbara Says (design de comunicação).
O projecto - que, entre outras coisas, pretende mostrar como o design pode ser usado para melhorar os espaços públicos - está orçamentado em 1,2 milhões de euros, sendo o financiamento também da total responsabilidade da Experimenta (que reuniu um consórcio com vários parceiros e patrocinadores). Quando o trabalho estiver concluído, a manutenção do jardim passará para a câmara, enquanto a manutenção dos conteúdos (informação, música, etc.) continuará a ser responsabilidade da bienal.

O jardim
A discussão sobre a identidade deste jardim (Nuno Álvares, de seu nome oficial) foi o ponto de partida para tudo o resto. O que João Gomes da Silva, arquitecto paisagista, propôs foi devolver-lhe o seu "carácter exótico e único", que vem da acumulação da "matéria da memória colonial" com "árvores de nomes estranhos, formas da estepe africana ou da floresta brasileira". E, ao mesmo tempo, "abrir o jardim à luz e ao espaço que o circunda, mas criando zonas de maior intimidade e serenidade". Tirando as grandes árvores, com a passagem do tempo o espaço foi sendo ocupado por vegetação que já não tinha nada a ver com o jardim original. Por isso, o arquitecto paisagista defendeu a necessidade de devolver "a exuberância cromática, de cheiros, de alegria" de outros tempos. E no centro do jardim surgirá "uma clareira de relva côncava, rodeada e coberta por raras plantas exóticas".

A casa na árvore
Desde o início que "toda a equipa estava fascinada com aquela árvore" no centro do jardim, conta Guta Moura Guedes. Por isso foi muito bem recebida a proposta do designer Fernando Brízio para que os frequentadores da zona pudessem ter aquilo com que qualquer criança sonha: uma casa na árvore, onde, neste caso, "se pode estar ao nível dos ramos e ver o rio".
A parte de baixo deste novo equipamento do Jardim de Santos terá uma cafetaria (com painéis de vidro amovíveis, podendo ser totalmente aberta quando está calor), esplanada, um espaço de venda de livros e revistas, e um ponto de informação sobre o que Lisboa pode oferecer na área da cultura contemporânea, para além de zonas de criatividade interactivas e lúdicas.
A "casa" será em metal, com a plataforma suspensa implantada em torno da árvore, junto aos ramos (a uma altura de 3,30 metros), longe do barulho, e ligada ao chão por três escadas. Dentro da plataforma, que é aberta mas tem pequenas "paredes", haverá bancos de cortiça onde as pessoas se podem sentar ou deitar.

O equipamento
Para podermos estar no jardim, os Pedrita conceberam um conjunto de assentos (bancos, alguns deles com encosto), de vários tipos, para diferentes usos e momentos do dia ou da noite - tendo em conta que o jardim terá um tipo de utilização diferente consoante as horas. Os assentos estarão espalhados por vários pontos e adaptados a eles, "aproveitando os desníveis, os espaços menos expostos e a possibilidade de usufruir ao máximo do sol".
O material escolhido é uma combinação de betão com cortiça - criando, diz Guta, "uma estrutura suave que amortece o impacto do corpo". Esta é, segundo os Pedrita, "uma conjugação invulgar, que inverte os papéis à partida definidos: a cortiça surge como elemento base, estrutural e trabalhado em bloco [o interior do banco]; e o betão como superfície de contacto [na qual nos sentamos], trabalhado formalmente em lâmina".

O som
Este é, declara Guta Moura Guedes, um "ponto absolutamente revolucionário" na forma de nos relacionamos com um jardim em Lisboa. O desenho de som concebido por Rui Gato tem várias camadas. Haverá altifalantes hipersónicos estrategicamente colocados pelo jardim que vão criar "sweet spots", pontos muito específicos (com um raio de apenas dois ou três metros) nos quais podemos ouvir sons ligados ao passado, presente e futuro.
Expliquemos: os sons do "passado" são criados a partir de "uma base de dados sónicos e musicais a partir da interpretação das sequências de ADN das diferentes espécies vegetais do jardim e sua transposição para informação musical" ou das "características morfológicas dos sons naturais", do canto dos pássaros ao vento ou à chuva. O "presente" intervém quando, sobre esta base de dados, um sistema informático "modula a matéria musical através de sinais do meio físico registados no momento", e que variam com a hora do dia ou da noite, a temperatura, a humidade, etc.
Por fim, o "futuro": haverá um interface web disponível na cafetaria/Info Point ou através do computador (pela rede wireless) no qual poderemos "desenhar a nossa própria reconfiguração do ecossistema" durante um curto período. Além disso, acrescenta Guta, "podemos desafiar um artista em qualquer ponto do mundo a enviar inputs". Se todo este som é muito discreto e muito focado durante o dia (só ouvido nos tais sweet spots), à noite pode ter uma versão "mais colectiva", criando outro ambiente no jardim.

A luz
Foi José Álvaro Correia quem trabalhou a luz. Um dos objectivos é "tornar o espaço mais seguro para circular e estar", nomeadamente à noite, altura em que a animação se instala na zona de Santos. A luz geral pretende "acentuar a escala das árvores num efeito de cúpula, reflectindo depois a luz nas zonas de permanência, lazer e circulação". Há também uma luz pontual, que introduzirá cores quentes para "uma atmosfera envolvente e descontraída", que será complementada por uma luz lúdica (aqui entra, tal como no som, a possibilidade de intervenção do utilizador). Por fim, haverá uma luz circundante com uma tonalidade alaranjada, banhando o jardim numa atmosfera quente.

A sinalética
António Silveira Gomes partiu de uma ideia muito simples: as inscrições que as pessoas fazem nos troncos das árvores, desenhos, nomes, mensagens, marcas de uma passagem. Nas notas sobre a intervenção, o designer lembra práticas culturais que exploram esta "relação entre homem, árvore e cidade", como o Tree-Dressing (vestir as árvores) na Índia, Japão e Inglaterra; o Tree Carving (gravações nas árvores) nos EUA, e os Wish-Trees (colocar desejos escritos em etiquetas em certas árvores).
É assim que vai ser a sinalética no novo Jardim de Santos. "São feitos cortes superficiais nas árvores e é usada uma tinta que não tem qualquer perigo para a árvore", garante a directora da Experimenta. Serão assim dadas direcções para espaços culturais nas proximidades, orientações dentro do jardim e informações sobre as próprias árvores.
O designer propõe também jogos lúdicos no chão, aproveitando por exemplo as tampas de caixas subterrâneas de serviços vários, que normalmente se tentam esconder. Em vez de esconder, Silveira Gomes quer tirar partido delas, desenhando num baixo-relevo suave jogos/labirintos, misturando a lógica do jogo do berlinde com a da playstation - uma forma também, sublinha Guta, de "fugir ao estereótipo de ter uma zona separada para as crianças". Afinal, não é este um jardim com uma casa na árvore para os adultos realizarem o seu sonho de infância?"

de 10.09.09 a 08.11.09
Largo de Santos
1200-808 Lisboa

Metro: Cais do Sodré
Autocarro: 6, 727, 60, 104
Eléctrico: 15, 25, 28
Comboio: Santos

Fonte:
http://jornal.publico.clix.pt/noticia/05-09-2009/experimentadesign-vamos-ter-um-jardim-com-uma-casa-na-arvore-17419035.htm
Imagem:
http://www.experimentadesign.pt/2009/pt/02-04-01.html