Fernando Assis Pacheco


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Transportes Públicos: Incentivo ao seu uso dos mais variados quadrantes

Medidas deixam ministros britânicos apeados

in Jornal Público 29.05.2010, Por Ana Fonseca Pereira "À excepção das principais figuras do Governo, os outros ministros passam a deslocar-se de metro, comboio ou a pé.

"A era da abundância acabou. Bem-vindos à era da austeridade." Não fosse o tema tão antipático e a ironia poderia bem ter sido usada por George Osborne, o ministro das Finanças britânico, quando na segunda-feira anunciou as primeiras medidas para redução do défice. E se o Reino Unido não foi o primeiro a lançar-se na árdua tarefa, foi mais longe do que qualquer país europeu nas medidas para limitar os gastos do Governo e dos seus gabinetes.

"Os ministros deverão andar a pé ou usar transportes públicos", anunciou o director do Tesouro, o liberal-democrata David Laws, explicando que os membros do Governo e directores dos serviços vão deixar de ter carro e motorista atribuído. Quando o comboio ou o metro não forem alternativa para deslocações de serviço, os dirigentes poderão recorrer aos Jaguar da frota executiva, "mas sempre que possível" partilhando-os com outro(s) colegas.

Por razões de protocolo e segurança, as novas regras não vão abranger as caras mais conhecidas do Governo (o primeiro-ministro e o seu vice, os ministros da Defesa, Negócios Estrangeiros, Interior e Finanças), ainda que Cameron seja um conhecido adepto da bicicleta e insista em percorrer a pé as ruas que ligam o seu gabinete, em Downing Street, ao Parlamento, para desagrado dos guarda-costas.

Ao deixar os ministros apeados, o Governo poupa aos cofres públicos cinco milhões de libras (5,7 milhões de euros), uma gota de água no oceano de 156 mil milhões de libras do défice actual. Mas Osborne e o seu "número dois" sabem que será impossível impor ao país as medidas de austeridade se os políticos, desacreditados pelo escândalo das despesas, "não pagarem a sua parte".

(...) E mesmo o recurso a táxis será limitado - a factura elevou-se só em 2009 a mais de 125 milhões de libras.




(...) Osborne foi muito claro quando explicou as novas regras: só cortando a direito nos gastos supérfluos, a coligação conseguirá manter o compromisso eleitoral de não reduzir os orçamentos da Saúde e Educação. Por isso, ironizava o diário londrino, ninguém deverá ficar espantado quando requisitar um carro e receber como resposta: "Senhor ministro, peço desculpa mas vai ter de ir de metropolitano". "




Coimbra congela preço dos transportes

in Jornal Público 29.05.2010
"Os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) decidiram manter este ano os preços ao consumidor, apesar do aumento do IVA, para "não sobrecarregar" os munícipes nesta altura de crise, disse o administrador delegado, Manuel Oliveira.

"O preço dos transportes não vai aumentar em Coimbra, porque o presidente da câmara entende que não se deve sobrecarregar ainda mais os munícipes", afirmou Manuel Oliveira, em declarações à Lusa. O aumento do IVA em 1 por cento representará para os SMTUC, no segundo semestre deste ano, um agravamento de "36 milhões de euros", acrescentou.

Apesar de no ano passado terem registado uma quebra de 1 por cento na procura, os SMTUC esperam agora, com a manutenção dos preços, que "mais pessoas adiram ao transporte público" na cidade.

Há dias, o secretário de Estado dos Transportes anunciou que os preços dos títulos de transportes públicos serão revistos.

Os SMTUC são um dos serviços de transportes urbanos que têm exigido que o Governo os subsidie, à semelhança dos serviços homólogos de Lisboa e do Porto. "Continuaremos a funcionar com o apoio da câmara", disse o administrador delegado dos SMTUC, que não revêem os preços desde 2008."



Fontes:
http://jornal.publico.pt/noticia/29-05-2010/medidas-deixam-ministros-britanicos-apeados-19506058.htm
http://jornal.publico.pt/noticia/29-05-2010/coimbra-congela-preco-dos-transportes-19503934.htm
Imagem:
http://i.telegraph.co.uk/telegraph/multimedia/archive/01526/atheistad_1526002c.jpg

CURSOS E CONDUÇÃO DE OFICINA ABERTA

"Depois da aposta na construção de vias cicláveis para melhorar a mobilidade em bicicleta, a Junta de Freguesia de Benfica lança agora um projecto inovador que visa aumentar a segurança e o número de utilizadores deste meio de transporte: cursos de condução em estrada.

O projecto “Benfica em Bicicleta” foi desenvolvido em conjunto com a Cooperativa POST, sediada na Freguesia de Benfica, com o objectivo de tornar esta zona da cidade num exemplo de mobilidade sustentável. As infra-estruturas (ciclovias e parques de estacionamento para bicicletas) esperam agora por novos ciclistas que venham dar um novo e decisivo impulso à aposta que esta Freguesia de Lisboa tem feito no uso da bicicleta como alternativa de transporte.

Os cursos de condução serão leccionados por instrutores certificados no ensino de condução de bicicleta em estrada e visam dotar os ciclistas com conhecimentos que lhes permitam usar não só as vias exclusivas a velocípedes mas também as ruas e avenidas, juntamente com o restante tráfego motorizado, de uma forma segura e confiante. Qualquer pessoa a partir dos 10 anos de idade poderá participar.

Além das aulas de condução de bicicleta, o projecto inclui a realização periódica de oficinas abertas onde os participantes poderão aprender a realizar pequenas operações mecânicas, tais como remendar ou substituir um pneu, afinar mudanças e travões. Os mecânicos residentes têm como missão ensinar e ajudar a resolver problemas comuns e de fácil resolução mas também a diagnosticar problemas mais complexos que possam pôr em causa a segurança e o conforto dos ciclistas.

Este é um projecto vocacionado para a aprendizagem de modo a tornar o uso da bicicleta uma opção viável de transporte nas pequenas deslocações quotidianas. Depois da construção das infra-estruturas cicláveis, já existentes na freguesia, o projecto “Benfica em Bicicleta” aposta na formação de novos ciclistas que justifiquem o primeiro investimento. Os participantes neste projecto ficarão mais aptos e motivados a usar bicicleta como meio de transporte e serão também um veículo importante para que outras pessoas presentes nas suas redes sociais, família e amigos, ganhem nova motivação para experimentar.

As aulas de condução de bicicleta e a oficina aberta têm início marcado para Domingo dia 30 de Maio e acontecerão uma vez por mês até Novembro.

Poderá encontrar toda a informação relativa aos cursos no site http://postlisboa.blogspot.com/ e inscrever-se através do e-mail benficaembicicleta@gmail.com."

Mapa:
http://maps.google.com/maps?f=q&source=s_q&hl=en&geocode=&q=Avenida+Gomes+Pereira+11,+Lisboa,+Portugal&sll=38.707054,-9.135488&sspn=0.216474,0.529404&ie=UTF8&hq=&hnear=Av.+Gomes+Pereira+11,+Lisbon,+Portugal&ll=38.749649,-9.197128&spn=0.00169,0.004136&t=h&z=18
Fonte:
http://bicicletanacidade.blogspot.com/
Imagem:
http://3.bp.blogspot.com/_MPIHCHqarz4/S_l8gtf1dLI/AAAAAAAABY8/CSAnIEx_v60/s1600/benf_embi_FINAL.jpg

28 de Maio, 2010: Massa Crítica - BICICLETADA


"18:00 - 21:00
  • Aveiro - Concentração às 18h30 e saída às 19h00, no Forum Aveiro, ao lado da Capitania;
  • Coimbra - Encontro: Às 18:00 e saída às 18h30 do Largo da Portagem, junto à estátua do Mata Frades;
  • Lisboa - Concentração às 18:00 e saída às 19:00, no Marquês Pombal, no início do Parque Eduardo VII;
  • Porto - Concentração às 18h30 e saída às 19h00, na Praça dos Leões;
  • Évora - Concentração às 19h00, na Praça do Giraldo.
...Há alguma variedade na hora de início das bicicletadas pois, para além do mais, espera-se sempre cerca de meia hora
pela chegada de mais participantes... "

Fonte e imagem:
http://www.massacriticapt.net/?q=node/1123

CTT querem ser mais ‘verdes’ e distribuem 300 bicicletas pelos carteiros

in Jornal Público, 5.05.2010
"Os Correios de Portugal (CTT) apresentaram hoje o ‘Projecto Terra’ representativo da nova política de sustentabilidade ambiental da empresa, assente na revitalização do tradicional carteiro de bicicleta através da distribuição de 300 bicicletas eléctricas pelos funcionários.

“Apesar de as emissões de dióxido de carbono do correio recebido por cada português serem inferiores às geradas por duas horas do computador pessoal, as pessoas têm a percepção de que os CTT não são amigos do ambiente por usarmos muito papel pelo que dotamo-nos de novos valores”, disse em conferência de imprensa o administrador Marcos Batista, justificando a nova política ambiental da empresa.

O grande destaque da campanha é a introdução de 300 bicicletas eléctricas nas rotas dos carteiros. “Vamos substituir os motociclos por bicicletas eléctricas e trocar os giros apeados por giros de bicicleta”, afirmou o responsável.

Segundo a empresa, cada bicicleta “permitirá reduzir em 90 por cento a emissão de dióxido de carbono face a um motociclo ou ciclomotor tradicional” enquanto a vantagem para os carteiros que até agora faziam a rota a pé tem a ver com “um ganho médio de uma hora diária”.

Em breve, será também disponibilizado correio verde ecológico, desaparecendo o actual correio verde, o qual consiste em novas embalagens reutilizáveis para o envio de encomendas. O plástico bolha que até agora envolvia os embrulhos mais frágeis é substituído por acolchoamento feito de resíduos de papel.

Os habituais selos são agora produzidos com materiais mais amigos do ambiente.

Com o objectivo de fazer chegar a nova imagem dos CTT aos 10 milhões de clientes, a empresa vai lançar na televisão uma campanha publicitária “filmada com carbono zero”. Os 85 trabalhadores dos CTT que serviram de atores foram transportados para o local da filmagem em transportes públicos e depois em bicicletas, as pedaladas foram usadas para produzir energia que foi guardada num acumulador e depois utilizadas para gerar energia eléctrica e carregar baterias, a água bebida foi recolhida numa fonte e as refeições forma confeccionadas com produtos locais, divulgou a empresa. “Como não há actividades livres de carbono, compensamos com a plantação de árvores na Aldeia da Luz”, afirmou Marcos Batista.

Para além do investimento em práticas mais amigas do ambiente, os CTT continuam a investir em equipamento para a automatização das operações de tratamento de correspondência no valor de 13,4 milhões de euros até 2012. Ainda antes do final do ano, será aberto um novo centro de tratamento de correio no Norte do país, orçado em 10,1 milhões de euros."

Fonte:
http://economia.publico.pt/Noticia/ctt-querem-ser-mais-verdes-e-distribuem-300-bicicletas-pelos-carteiros_1435736

"Esta é uma grande oportunidade para o transporte público"

"Apesar das intervenções realizadas nas vias paralelas às que serão portajadas, estas dificilmente serão alternativa para quem dá mais importância ao tempo, e à pontualidade, nas suas deslocações no Grande Porto. A CP até admite uma duplicação da procura no eixo Aveiro-Campanhã. Por Abel Coentrão (texto) e Adriano Miranda (foto)

Portagens nas Scut
Para além do Estado, que admite encaixar 120 milhões de euros por ano, e da Brisa, que deixa de ter na A29 um concorrente gratuito à A1, quem ganhará com a cobrança de portagens nas vias sem custos para o utilizador (Scut) das três concessões rodoviárias do Grande Porto? Com os cidadãos, empresas e autarcas a prometerem protestos ao longo das próximas semanas, a decisão, polémica mesmo dentro do próprio PS, partido que suporta o Governo que a tomou, deverá ter impacto positivo no transporte público, admitem especialistas em mobilidade. A CP e a Metro do Porto, que contribuíram nos últimos anos para uma inversão da tendência de perda de clientes por parte do sector, estão à espreita, já que, no plano rodoviário, as designadas alternativas não passam, em boa parte dos casos, de ruas urbanas, a fazer demorar, muito, os trajectos de e para a área central do Grande Porto.

Construídas como alternativas à EN13 e a EN109, no caso da A28 e da A29, e como parte da CREP, a Circular Externa do Grande Porto, no caso da A41, as três Scut que o Governo decidiu portajar a partir de 1 de Julho terão nas vias que visaram substituir as alternativas para quem não quiser pagar. A Estradas de Portugal, que esta semana desvalorizou um memorando interno de 2006, revelado pelo PCP, em que era colocada em causa a classificação da rede nacional - e municipal - de estradas da região como "alternativa", tem feito obras de reabilitação, mas até sexta-feira o seu gabinete de comunicação não conseguiu explicar a dimensão das intervenções e o dinheiro investido para melhorar o percurso daqueles que, não pretendendo, ou não podendo, deixar de usar o carro, estejam a pensar fugir às portagens.

E, numa primeira fase, deverão ser muitos os que tentarão experimentar estas alternativas, admitem dois investigadores do CITTA - o Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Álvaro Costa e Paulo Pinho, especialistas em mobilidade e planeamento com vários estudos sobre a realidade regional, lembram o peso do factor preço na hora de definir os trajectos do dia-a-dia. Notando o primeiro que, no caso de quem faz deslocações em trabalho - caso das transportadoras -, o outro factor que pesa, o tempo, "ganha valor". Ou seja, o expectável é que estes, se puderem, acabem por pagar, integrando este custo no preço dos seus produtos ou serviços.

Já no caso das deslocações casa-trabalho, tem algum peso a regularidade do percurso, difícil de conseguir em vias nacionais estreitas, pejadas de autocarros e que cruzam centros urbanos. O que pode fazer com que, passados alguns meses, as chamadas alternativas voltem a ter o tráfego que têm hoje, ou pouco mais, optando quem possa por pagar a portagem ou transferindo-se outros para o metro ou para o comboio. É essa a perspectiva de Paulo Pinho, para quem o fim das vias Scut "é uma grande oportunidade para o transporte público"

A CP e a Metro do Porto, as duas empresas que disputam clientes às auto-estradas estão, porém, em condições diferentes num momento em que antevêem, ambas, esse desafio. Com uma antiga linha da CP electrificada e duplicada a fazer o trajecto Porto-Póvoa, a Metro do Porto oferece nas horas de ponta viagens de 45 minutos entre a Póvoa de Varzim e o centro do Porto, com um custo que, nota fonte da empresa, passa a ser competitivo para quem faça o mesmo trajecto na A28, a pagar. E admite avançar com uma campanha de comunicação e, se se revelar necessário, fazer ajustes no serviço para adequar a oferta a um aumento da procura.


CP com acção limitada
Já na rede ferroviária, um estudo de 2007, mandado realizar pela CP Porto a uma consultora externa, apontava para uma grande transferência de pessoas da rodovia para a ferrovia, caso a primeira fosse portajada. Admitia-se mesmo uma duplicação da procura pelos comboios urbanos, não só no eixo Aveiro-Campanhã, como também nas ligações da Invicta a Caíde, Braga e Guimarães. Mas tal conclusão tinha implícito um reforço da oferta, aumentando o número de comboios por hora, a sua cadência e fiabilidade. Parâmetros que a empresa não está em condições de assegurar devido ao mau estado da infra-estrutura (a cargo da Refer) no troço Aveiro-Gaia, que permanece como um dos últimos da Linha do Norte que ainda não foram modernizados.

Curiosamente, o troço Ovar-Gaia, o que se encontra mais degradado, representa quase metade da facturação e do número de passageiros transportados pela CP Porto. Nas condições actuais, a empresa já atingiu o limite da sua capacidade durante as horas de ponta e sobra-lhe muito pouco para reforçar a oferta nos outros períodos do dia. Um aumento súbito da procura que não seja acompanhado de uma melhoria da via-férrea redundará, por isso, numa degradação do serviço.

A própria frota da CP começa a ser insuficiente para responder à procura, razão pela qual a empresa considerou afectar ao Grande Porto oito dos 74 comboios que pretende comprar e para os quais abriu um concurso público estimado em 400 milhões de euros. Uma compra que, contudo, foi entretanto posta em causa devido ao Plano de Estabilidade e Crescimento e que, a não se concretizar, limitará ainda mais a resposta do caminho-de-ferro a um eventual aumento da procura.

Para além desta dificuldade, as pessoas que se movimentam regularmente entre Aveiro e o Grande Porto vão pagar portagem numa via que lhes "comeu" uma parte da EN109. "A A29 não foi pensada como auto-estrada", nota Paulo Pinho, que, sendo favorável ao pagamento da utilização destas infra-estruturas, considera que a mudança de perspectiva dos decisores, no caso daquela via, deixou as pessoas com uma auto-estrada com pior serviço, e uma "má alternativa".

O Observatório de Segurança de Estradas e Cidades (OSEC) tem em curso um estudo exaustivo sobre a A29, mas neste momento ainda não é possível avançar uma data em que o mesmo será apresentado. No entanto, o presidente da OSEC, Nuno Salpico, aponta-lhe desde já algumas deficiências. É o caso das distâncias de paragem em curva, "que deviam ter uma visibilidade mínima de 180 metros e existem lá curvas com cem metros", exemplifica. O presidente do OSEC censura também o atrito do piso, que tem de ter uma macro-rugosidade mínima de 2 mm, mas que, na A29, é inferior. "Isto, em dias de chuva, pode provocar despistes em curva e aumenta as distâncias de travagem", avisa.

Com mais ou com menos segurança, a via vai mesmo passar a ser paga, desconhecendo-se ainda, como para todas as Scut em causa, se apenas nalguns troços ou em toda a sua extensão. A cobrança começará a 1 de Julho, segundo o ministro das Finanças, mas o cumprimento do prazo depende da definição do preço, das eventuais isenções e do sistema que, electronicamente, detectará a passagem dos condutores pelos pórticos com aparelhos identificadores há muito instalados nas vias, anunciando o fim da gratuidade destas estradas."
Com Carlos Cipriano e Aníbal Rodrigues