in Jornal Público, 20.02.2011
"Cerâmicas Aleluia desenvolveu piso que alerta cegos dos perigos. Produto estreado em Barcelos
De passo apressado e seguro, Nuno Araújo percorre as ruas da zona envolvente ao tribunal de Barcelos. A bengala branca ajuda-o há anos a movimentar-se pela cidade onde vive e agora conta com um novo auxílio: a autarquia instalou ali um piso podotáctil que avisa os cegos e amblíopes sempre que se aproxima uma zona de perigo como uma passadeira. O produto foi desenvolvido por uma empresa portuguesa e já está a ser exportado.
A inovação é da Aleluia Cerâmicas, que há um ano terminou o processo de desenvolvimento do Kerabraille, um conjunto de pavimentos cerâmicos que ajudam os invisuais e amblíopes a movimentar-se. A rugosidade do material transmite informações preciosas aos invisuais, que são sentidas pelos pés.
"Isto devia ser regra em todo o país", defende Nuno Araújo, que se recorda de ter recebido a novidade com surpresa após as obras na zona do tribunal de Barcelos. "Ao princípio, não sabia o que significava. Por isso é que acho que era bom que esta informação se tornasse obrigatória", explica. Hoje, sabe que sempre que pisa aquelas cerâmicas vermelhas se aproxima de uma passadeira, algo que diz facilitar-lhe a mobilidade. "Estes produtos fornecem informação táctil para aumentar a segurança dos peões e passageiros com deficiência visual", acrescenta Jorge Leite, da Acapo, para quem estas práticas deviam ser vistas "como uma obrigação social". "Os novos empreendimentos deveriam contemplar os sistemas de informação e orientação de raiz", defende aquele responsável.
A empresa portuguesa desenvolveu seis peças de cerâmica que, quando combinadas, permitem orientar com segurança os deficientes visuais. O elemento central é uma linha guia, constituída por bandas paralelas em relevo que auxiliam o percurso. Na prática, funcionam como uma estrada sobre a qual o cego pode caminhar com a certeza que não irá encontrar obstáculos no caminho. Os painéis são colocados em módulos de 40 centímetros para que não seja possível dar um passo sem perceber a informação passada pelo piso.
Sempre que os perigos se aproximam, é colocada uma linha de cautela, que pode também alertar para a proximidade de mudanças de direcção, por exemplo. A outra peça usada é a linha de segurança, uma superfície com pitões, que funciona como um sinal de stop. Esta linha tem uma cor diferente, de modo a alertar os amblíopes, sendo colocada junto de passadeiras, rampas ou limites de plataformas ferroviárias. Estas três peças são complementadas por duas outras, uma construída sem relevos, que indica mudança de direcção, e outra designada linha de localização específica, que serve para alertar para a presença de um edifício público.
Barcelos foi a primeira cidade a adoptar o pavimento cerâmico da Aleluia, mas outros municípios portugueses como Portimão e Penafiel estão já a desenvolver projectos de mobilidade que incluem este produto. Também a Refer já o instalou nas estações da Trofa, Sacavém e quatro paragens da Linha do Algarve, devendo seguir-se o metro de Lisboa.
O sucesso do Kerabraile levou também à assinatura de contratos para fornecer o aeroporto de Bruxelas, na Bélgica, e o metro da cidade brasileira de S. Paulo. Sentimos obrigação de desenvolver o produto porque temos essa competência para criar este tipo de soluções", assume o director de prospecção da empresa, Alexandre Lopes. Mas a Aleluia começa a perceber que pode tornar-se um negócio interessante, como tem mostrado o interesse estrangeiro nesta solução.
A Aleluia investiu cerca de meio milhão de euros no desenvolvimento do produto, uma verba que não é mais elevada porque a empresa já estava equipada com os instrumentos que permitem produzir o tipo de cerâmica usada neste pavimento. Apesar de existirem outros pavimentos podotácteis, estes distinguem-se como os únicos que oferecem uma solução combinada de seis peças. Além disso, o produto tem características técnicas diferentes, sendo fabricado em porcelanato extrudido, um material de elevada resistência mecânica, inócuo a agressões de ácidos, que se apresenta mais duradouro do que outras soluções como a borracha."
A inovação é da Aleluia Cerâmicas, que há um ano terminou o processo de desenvolvimento do Kerabraille, um conjunto de pavimentos cerâmicos que ajudam os invisuais e amblíopes a movimentar-se. A rugosidade do material transmite informações preciosas aos invisuais, que são sentidas pelos pés.
"Isto devia ser regra em todo o país", defende Nuno Araújo, que se recorda de ter recebido a novidade com surpresa após as obras na zona do tribunal de Barcelos. "Ao princípio, não sabia o que significava. Por isso é que acho que era bom que esta informação se tornasse obrigatória", explica. Hoje, sabe que sempre que pisa aquelas cerâmicas vermelhas se aproxima de uma passadeira, algo que diz facilitar-lhe a mobilidade. "Estes produtos fornecem informação táctil para aumentar a segurança dos peões e passageiros com deficiência visual", acrescenta Jorge Leite, da Acapo, para quem estas práticas deviam ser vistas "como uma obrigação social". "Os novos empreendimentos deveriam contemplar os sistemas de informação e orientação de raiz", defende aquele responsável.
A empresa portuguesa desenvolveu seis peças de cerâmica que, quando combinadas, permitem orientar com segurança os deficientes visuais. O elemento central é uma linha guia, constituída por bandas paralelas em relevo que auxiliam o percurso. Na prática, funcionam como uma estrada sobre a qual o cego pode caminhar com a certeza que não irá encontrar obstáculos no caminho. Os painéis são colocados em módulos de 40 centímetros para que não seja possível dar um passo sem perceber a informação passada pelo piso.
Sempre que os perigos se aproximam, é colocada uma linha de cautela, que pode também alertar para a proximidade de mudanças de direcção, por exemplo. A outra peça usada é a linha de segurança, uma superfície com pitões, que funciona como um sinal de stop. Esta linha tem uma cor diferente, de modo a alertar os amblíopes, sendo colocada junto de passadeiras, rampas ou limites de plataformas ferroviárias. Estas três peças são complementadas por duas outras, uma construída sem relevos, que indica mudança de direcção, e outra designada linha de localização específica, que serve para alertar para a presença de um edifício público.
Barcelos foi a primeira cidade a adoptar o pavimento cerâmico da Aleluia, mas outros municípios portugueses como Portimão e Penafiel estão já a desenvolver projectos de mobilidade que incluem este produto. Também a Refer já o instalou nas estações da Trofa, Sacavém e quatro paragens da Linha do Algarve, devendo seguir-se o metro de Lisboa.
O sucesso do Kerabraile levou também à assinatura de contratos para fornecer o aeroporto de Bruxelas, na Bélgica, e o metro da cidade brasileira de S. Paulo. Sentimos obrigação de desenvolver o produto porque temos essa competência para criar este tipo de soluções", assume o director de prospecção da empresa, Alexandre Lopes. Mas a Aleluia começa a perceber que pode tornar-se um negócio interessante, como tem mostrado o interesse estrangeiro nesta solução.
A Aleluia investiu cerca de meio milhão de euros no desenvolvimento do produto, uma verba que não é mais elevada porque a empresa já estava equipada com os instrumentos que permitem produzir o tipo de cerâmica usada neste pavimento. Apesar de existirem outros pavimentos podotácteis, estes distinguem-se como os únicos que oferecem uma solução combinada de seis peças. Além disso, o produto tem características técnicas diferentes, sendo fabricado em porcelanato extrudido, um material de elevada resistência mecânica, inócuo a agressões de ácidos, que se apresenta mais duradouro do que outras soluções como a borracha."
Link para o catálogo do produto Kerabraille:
http://www.aleluia.pt/arq/fich/Kerabraille.pdf
Fonte:
http://jornal.publico.pt/noticia/20-02-2011/sentir-com-os-pes-o-que-os-olhos-nao-veem-21329081.htm
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