"Cities are a big deal. We pretty much all have to live in them. We should try hard to get them right. So few cities are nice, very few out of many thousands are really beautiful; embarrassingly the more appealing ones tend to be old, which is weird because we’re mostly much better at making things now. Rules: 1. Not to chaotic, not too ordered; 2. Visible life 3. Compact 4. Orientation and mystery 5. Scale 6. Make it local"
"João 50 anos, Maria 51 anos e Moog, 4 anos - Reparei no João e na Maria quando eles apanhavam canas perto da 2ª circular em Benfica "Viemos apanhar canas para a nossa horta que fica ali do outro lado no jardim perto do Colombo, vão ser usadas nos tomateiros". Após conversarmos um bocado no caminho mostraram-me a sua horta "Aqui plantamos alfaces, morangos, abóboras, courgettes, alhos, batatas, alho francês, tomates etc. Isto eram hortas clandestinas e quando fizeram aqui o jardim criaram isto. Pagamos um valor anual, mas quando viemos para aqui não sabíamos nada de agricultura, tivemos de frequentar uma formação e claro recorremos a livros e à internet para aprendermos, mas não estávamos à espera que desse tanto trabalho. Nos primeiros dois anos passávamos aqui todos os bocadinhos livres entre os nossos trabalhos, só para ver, da altura em que viemos para aqui só cá continuamos nós, todos os outros desistiram". Enquanto conversávamos, a Moog deu-me duas mordiscadelas nas pernas mas nada de mais, talvez estaria a sentir que eu era um intruso mas ficou logo boazinha para mim. Depois perguntei-lhes se vendiam o que cultivavam ali "Não, isto é apenas para nós e dá praticamente para o ano inteiro, mas como disse não é fácil, são muitas horas de trabalho e é por gosto que andamos aqui porque só compensa mesmo pela qualidade do que comemos, porque não usamos químicos aqui, apenas adubo orgânico que também somos nós que o produzimos aqui."
"Desfrutar do tempo livre em espaços públicos bem desenhados é um dos aspectos mais importantes para a maior parte dos que vivem em uma cidade. Então, por que é investido tão pouco tempo e dinheiro para seu desenho? Neste artigo, publicado originalmente na revista Metropolis com o título "Designing Outdoor Public Spaces is Vital to the Future of our Cities", Kirt Martin, vice-presidente de Design e Marketing do escritório de mobiliário urbano Landscape Forms, afirma que o paisagismo e o design industrial focados no setor público são a chave para a saúde e a felicidade das cidades.
Todos apreciamos nosso tempo em espaços abertos. Mas por que prestamos tão pouca atenção em seu desenho?
Como designer de mobiliário urbano, sempre tenho curiosidade sobre quanto as pessoas apreciam os espaços ao ar livre. Eu gosto de ter como tema de conversa perguntas sobre a descrição de grandes cidades como Nova Iorque, Chicago ou Paris e o que ficou marcado na memória dos visitantes quando estiveram ali. Se este não é o caso, pergunto onde iriam e o que fariam se ganhassem $25,000 para gastar nas férias sonhadas. Suas melhores experiências em uma cidade célebre ou em uma paisagem natural sempre têm algo em comum, exceto por um ponto: aquelas que são mais memoráveis sempre têm como cenário os espaços ao ar livre.
Temos estudos que demostram que as pessoas tendem a ser mais saudáveis, mais felizes e ter uma vida mais duradoura em áreas com acesso a natureza, incluindo espaços urbanos com áreas verdes. Os espaços ao ar livre são os menos custosos para criar e os que geram a mais alta rentabilidade - levando em conta aspectos como a melhora da vida em comunidade, saúde e riqueza, além da geração de atividades econômicas nas áreas circuncidantes. Com um número crescente de pessoas que se refugiam em cidades - desde jovens profissionais até aposentados - os espaços públicos verdes e a vibrante paisagem urbana são considerados fatores chave que atraem tanto os residentes como negócios.
Apesar disso, não damos aos espaços livres o mesmo valor e suporte econômico que conferimos aos edifícios e interiores. Calculamos o valor em dólares por metro quadrado dos edifícios e interiores mas não valorizamos os metros quadrados das áreas livres. Não conta-se com uma análise de viabilidade econômica para o desenho de espaços exteriores, quando poderia e deveria ser realizada. Considero também que o desenho e inovação nas áreas exteriores públicas e privadas é um tema pendente, e o primeiro passo para assumir este desafio é melhorar as habilidades e talentos dos arquitetos paisagistas, os profissionais melhor preparados para desenhar estes espaços.
Chegou o momento da história em que a arquitetura da paisagem tem algo muito importante para dizer, e devemos escutar. Os arquitetos paisagistas aplicam uma disciplina baseada no pensamento holístico. Eles entendem o ambiente natural, o ambiente construído e as relações entre ambos. Além do mais, estão preparados para assumir a liderança no desenho de espaços exteriores e captar a atenção do público nos mesmos.
Recentes projetos destacados como o High Line e o Millennium Park criaram fortes laços com a comunidade local, e os famosos urbanistas responsáveis por estes projetos suscitaram o interesse do público. Entretanto, ainda existe uma grande legião de paisagistas talentosos e inspirados que deveriam ser parte primordial do desenho e visualização dos espaços exteriores.
Este também é um momento no qual a história desempenha um papel útil para a arquitetura da paisagem. Nós que somos provedores de mobiliário urbano, partícipes do desenho e ativação dos espaços exteriores, devemos formar parte deste desafio, e estou disposto a assumi-lo buscando os meios para garantir a rentabilidade de espaços exteriores desenhados em términos de comunidade, identidade, bem-estar, meio-ambiente e economia. Estou focado em liderar a inovação junto com soluções graduais mais além de elementos padrões como lixeiros, estacionamento para bicicletas e bancos, para ajudar as pessoas a desfrutarem de experiências inesquecíveis ao ar livre. Os exteriores iniciam no exato momento em que saímos das nossas portas, por isso são requeridas novas ideias para os espaços adjacentes aos edifícios. É necessário também integrar a tecnologia aos espaços públicos, respeitando as qualidades especiais de cada contexto.
Me sinto entusiasmado por este esforço e acredito que, com a colaboração de paisagistas e outros profissionais do design na indústria do mobiliário urbano, podemos suscitar interesses e promover um maior investimento em espaços exteriores que criem memória e significado. Juntos podemos criar uma verdadeira mudança na paisagem urbana, que é o nosso futuro.
Kirt Martin é vice-presidente de Design e Marketing de Landscape Forms, liderando as equipes criativas de desenvolvimento de produto, marketing e comunicações desta companhia. Martin é um premiado designer industrial que dirigiu previamente a área de designer em Turnstone, uma divisão de Steelcase."
"Um estudo financiado pelo Governo britânico concluiu que 12% das crianças inglesas não tinham visitado um ambiente natural no espaço de 12 meses consecutivos, pelo menos. Os resultados confirmam também a forte importância dos progenitores para a relação com a Natureza.
O inquérito prolongou-se entre Março de 2013 e Fevereiro de 2015, realizado pela Natural England, junto de mais de 10.000 crianças com menos de 16 anos. As famílias eram questionadas todos os meses.Os resultados indicam que 12% dessas crianças não tinham visitado jardins, parques, praias, florestas ou outros ambientes naturais ao longo do último ano.
Os mais distanciados do mundo natural são crianças de famílias com baixos rendimentos e de etnia negra, asiática e outras minorias.
Os resultados do estudo apontam também para uma divisão entre o Norte e o Sul. No Nordeste do país, 78% dos mais novos visitam espaços naturais pelo menos uma vez por semana, enquanto que em Londres, por exemplo, isso sucede apenas com 62%.
O inquérito indica também que o interesse dos pais pela Natureza tem uma forte influência nas visitas dos mais novos aos espaços verdes: nas casas onde os adultos são visitantes frequentes, a maioria das crianças também o são (82%).
Já quando acontece o contrário, apenas 39% dos menores de 16 anos passeiam frequentemente na Natureza.
Aliás, a grande maioria dos passeios no mundo natural realizam-se em conjunto com os pais ou outros adultos que vivem na mesma casa (75%).
“Os adultos são extremamente importantes como mediadores das visitas das crianças aos espaços naturais”, sublinham os autores do estudo, que chamam também a atenção para “as claras desigualdades sociais” na forma como os mais novos acedem aos espaços verdes.
“Os problemas relacionam-se com o medo, o espaço, a tecnologia e o tempo, e variam muito ao longo do país”, disse Natalie Johnson, da organização não governamental Wild Network, ao jornal britânico The Guardian.
“Nos subúrbios de classe média, [o problema] são os pais: como é que dizemos aos pais que o tempo para as crianças brincarem lá fora à vontade é tão importante como as aulas de francês, ballet e mandarim?”
Os resultados deste inquérito vão servir de base ao desenvolvimento de um indicador para medir a interacção de crianças e jovens com ambientes naturais, em Inglaterra. Vão ainda ser utilizados na definição de estratégias de intervenção para a saúde pública e o bem-estar."
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